quinta-feira, maio 11, 2006

Internet e Política

Quarta-feira, dia 10/05, fui num seminário aqui em Brasília sobre Marketing Político e Internet. Eu e o Rapha esquecemos então eu acabei indo só a tarde e perdi as palestras da manhã. Mas tudo bem, a tarde foi bacana e deu pra aproveitar algumas coisas. Ah, e a MídiaVox também vai passar o material das palestras, então vai dar pra ver um pouco do que aconteceu pela manhã

Os dois palestrantes da tarde mostraram a mudança que a Internet tem causado na vida das pessoas e na forma como acessamos e consumimos conteúdo e informações. Até aí nenhuma novidade, a gente estuda isso na aqui Click todo dia. Na verdade qualquer usuário comum de Internet pode refletir sobre isso. Durante o debate, que foi em seguida das duas palestras, os participantes (com exceção do Nelson de Sá da Folha de São Paulo que não sabe falar duas palavras sem um “Enfim” no meio e gagueja mais que o David Brasil) defenderam que redes de relacionamento e blogs estão dominando a Internet e devem ser usadas em prol do marketing político, do trabalho da imagem do candidato, da disseminação de informação, etc. Ou seja, eles confirmam as impressões que nós temos aqui na Click, mesmo abordando o assunto um pouco superficialmente. As estratégias para Internet não podem se resumir apenas a um site e e-mails marketing. E isso não é só pra política. Orkut, blog, participação dos internautas, etc. são mesmo a grande sacada pra web.

Pra mim, a polêmica ficou com o cientista político e pesquisador Antônio Lavareda que afirmou categoricamente que nas próximas eleições a Internet será determinante para a conquista de votos, podendo inclusive decidir os pleitos. Essa idéia não foi compartilhada pelos demais participantes, embora todos (com exceção do Nélson, sempre ele) concordem que a Internet pode ser uma ferramenta poderosa para discussão política e para fazer o que falei no parágrafo anterior. Eu fico com o restante dos participantes, isto é, não concordo com o Lavareda. O principal empecilho para se chegar ao que o Lavareda disse que vai acontecer é o acesso ainda limitado à Internet pela grande massa do eleitorado brasileiro. Como decidir votos pela Internet se a grande massa não consome o conteúdo virtual? Isso ele não explicou. Claro que essa é uma característica brasileira, diferentemente dos EUA onde existem mais de 180 milhões de Internautas e a Internet deu a tônica nas últimas eleições, com blogs alterando o panorama político. Pra se ter uma idéia do poder da web, lá na gringa a lei permite arrecadar dinheiro pela Internet para financiar campanhas. E isso funciona muito bem. Mas a gente tá falando de Brasil e as próximas eleições de outubro e a realidade é outra.

Foi dito ainda que a grande massa da população decide o voto em função de laços psico-sociais, e tem baixo grau de informação. Faz total sentido. Pra complicar um pouco pra nós entusiastas da Internet, os participantes consideraram que os formadores de opinião, que no caso são os maiores consumidores de Internet, têm pouca influência sobre a grande massa. Isso traz uma nova dificuldade; dá pra perceber que os formadores de opinião não são mais tão formadores assim, estão perdendo seu poder de convencimento.

Ao mesmo tempo em que a Internet é uma grande oportunidade e um meio ainda pouco explorado no marketing político brasileiro, ela é também um grande desafio para políticos, estrategistas, publicitários, jornalistas, lei eleitoral e quem mais tiver envolvido no processo. Não há como negar o potencial da web, que mesmo engatinhando no Brasil no que diz respeito a acesso, pode sim fazer muito pelos candidatos. O negócio é saber usá-la adequadamente, trabalhando para fortalecer a imagem do candidato e colocando o usuário para participar dos debates, mesmo isso sendo altamente arriscado e atingindo pouca gente (relativamente).

No mais, o que a gente puder fazer na Internet e fora dela pra não deixar que um certo idiota seja reeleito... tá valendo.



2 Comments:

At maio 19, 2006 7:38 AM, Anonymous Anônimo said...

Nem me fale, se o tal idiota continuar na area foi ficar muito imprecionado como o povo tem memoria fraca!

 
At fevereiro 06, 2011 1:20 PM, Blogger Unknown said...

No Brasil, com a legalização das doações online de campanha, o caso do democrata norte-americano funciona como alento às legendas com menor arrecadação de Fundo Partidário e sem grande representatividade.

Na busca de novos espaços frente ao bi-partidarismo brasileiro, a internet se torna uma arma de múltiplas frentes às pequenas e médias legendas, dentro de um universo cada vez mais desigual e polarizado.

http://www.metagov.com.br/marketing-digital/marketing-politico-digital

 

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